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27 Maio 2020
Liduína: memórias que se fazem LUZ

A experiência vivenciada nesses tempos de covid-19, tem nos possibilitado mudar nosso jeito de olhar, de pensar e até de acreditar... tem sido tempo de compartilhar sentimentos, medos, sonhos e esperanças. Somos convidadas a entrar em casa e a “estar” em casa, conosco mesmas, em comunhão com o planeta e toda a família humana. Nessa dinâmica, esse tempo de isolamento, de sofrimento, torna-se tempo de mudança, de ressignificar a vida... saber calar, silenciar, mesmo sem muito entender. Tempo de contemplar a vida...

Nós Irmãs, amparadas aqui nesta tenda de Laurentino, em momentos sagrados de partilha, oração, reflexão, estudos, exercícios e alegres conversas na roda do chimarrão, temos rememorizado nossa história pessoal, a caminhada da congregação e de muitas irmãs que nos precederam.  Quantas alegrias e quantas lutas!

Hoje, de maneira especial, focamos o olhar em nossa inesquecível Irmã Liduína Venturi, da qual fazemos memória no dia 28 de maio.

Algumas de nós tivemos o privilégio de conviver com ela. Destacamos algumas qualidades e “jeito de ser” de Liduína: a “mulher de oração”.

Irma Liduína: Eita mulher forte, humilde, generosa, sensível, atenta, a ponto de dizer à sua coirmã que fosse ajudar e fazer companhia ao senhor e às crianças, porque sua esposa e mãe, havia falecido.

Tinha jeito de mãe, dedicada e compassiva, atenta às necessidades do povo, das famílias, crianças e dos sinais dos tempos.

Uma mulher transparente e serena, simples, sem muitos estudos. Mas também não tinha a vaidade de os ter, como nos relata Irmã Augusta Neotti.  O sorriso e a transparência da Irmã Liduína marcaram todas as pessoas que tiveram a graça de conhecê-la; tinha o dom da escuta, do aconselhamento. As irmãs e as comunidades que tiveram a graça de conviver com ela testemunharam a grande companheira que sempre foi, o espírito de oração e especialmente um profundo amor pela Eucaristia. Uma verdadeira Irmã Catequista Franciscana. Uma benção de Deus.

As atitudes de Irmã Liduína vêm nos iluminar neste momento de reflexão e alimentar nossa esperança de que o mundo baseado nos valores humanos e de vida florescerá.

 

Invocação à Liduína

 

Vem Liduína!

Vem Mulher educadora! Vem neste tempo de paragem

E nos ensina como ensinavas os teus pequenos

Com paciência persistente!

Ensina de novo tuas lições silenciosas

Feitas com a pedagogia de teus sorrisos e vivências cotidianas.

 

Vem Mulher caminhante!

Como a terceira da Trindade,

Sopra tua itinerância que precisamos tanto, mesmo paradas!

Ensina que em caminhos esburacados, pedregosos,

Onde nem sempre se vê horizontes, é possível caminhar.

Ensina que se não der de “carroça”, pode-se ir a pés;

Se não for de “tamancos”, que seja descalço,

Mas que caminhemos abertas ao novo que o caminho exige!

 

Vem Mulher das montanhas, feita Isabel!

Visita a tua e nossa família, como tantas visitaste.

Leva-nos de volta à igreja doméstica,

De famílias, de CEBs  que buscam na simplicidade do encontro,

Na escuta da palavra  e na partilha de vida

A vivência radical do Evangelho.

 

Vem mulher do silêncio profético!

Ensina-nos com teu olhar contemplativo

A tua reverência franciscana diante dos campos férteis e floridos,

Da Terra machucada e seus pobres feridos

 

Vem Mulher do anonimato!

Vem discreta, como discreta foste

No jubileu de ouro da congregação.

Traz de volta a alegria sóbria e sororal

De quem não precisa ser enaltecida para sorrir,

Nem de muitas coisas para bem viver.

Vem, aponta dentre nós, a luminosidade de irmãs despercebidas

Que, como tu, sem alarde, tecem caminhos,

Reconstroem relações e fortalecem a irmandade.

 

Vem Mulher conselheira!

Aprimora nossa escuta, nossa empatia, nossa gentileza.

Ensina-nos tua proximidade, tua sensibilidade, para que inspiremos confiança

A quem precisar ser ouvido/a, de uma palavra, de um discernimento.

 

Vem Liduína, Mulher Eucarística!

Arranca de nós o vírus do medo e da comodidade,

Fortalece nossa comunhão no projeto comum de reorganização

Mas não nos deixe perder o essencial:

Tornar-se pão para os pequeninos!

 

Observação: Todas as qualidades ressaltadas no poema estão bem explícitas no Livro “Liduína: Mulher de Sorriso Evangelizador”, de irmã Augusta Neotti.  Agradeço a irmã Emma Wilimmam que leu comigo o livro para que eu pudesse compor esta prece. Agradeço também à autora e aos que direta ou indiretamente a ajudaram.  Nossa sororidade leva o nome de Liduína. Já a admirava, mas agora me encantei ainda mais com ela.

Irmã Carmelita Zanella 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Carmen Venturi e Carmelita Zanella