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08 Dezembro 2020
FRANCISCLAREANDO - Admirável humildade, estupenda pobreza

 

Novo ano litúrgico! Uma convocação à espera ativa do Salvador que vem com poder para libertar seu povo. Uma chamada a nos debruçar sobre o Mistério do amor que move o coração de Deus a descer à humana condição, à condição do pobre, para elevar-nos a sua divina condição, fazer-nos partícipes de sua incomensurável riqueza.

 

Clara olha e nos convida a olhar todos os dias no Espelho-Jesus, especialmente para seu despojamento, sua pobreza: “Preste atenção no princípio do espelho: a pobreza daquele que, envolto em panos, foi posto no presépio! Admirável humildade, estupenda pobreza! O Rei dos anjos, o Senhor do céu e da terra repousa numa manjedoura” (4In 19-21). Clara quer que do presépio, aprendamos a lição do “descer, do abaixar-se” para compartilhar as alegrias e as esperanças, as dores e os sofrimentos dos pobres a quem somos enviadas.

 

Conhecemos como o mistério da encarnação absorvia o espírito de Francisco e sabemos que ele foi o “inventor” do presépio conforme encontramos na primeira biografia escrita por Tomás de Celano: “Precisamos recordar com todo respeito e admiração o que fez no dia de Natal, no povoado de Grécio, três anos antes de sua gloriosa morte. Havia nesse lugar um homem chamado João ... Uns quinze dias antes do Natal, São Francisco mandou chamá-lo, como costumava fazer, e disse: “Se você quiser que celebremos o Natal em Grécio, é bom começar a preparar diligentemente e desde já o que eu vou dizer. Quero lembrar o menino que nasceu em Belém, os apertos que passou, como foi posto num presépio, e contemplar com os próprios olhos como ficou em cima da palha, entre o boi e o burro”. Ouvindo isso, o homem bom e fiel correu imediatamente e preparou no lugar indicado o que o santo tinha pedido. ...(cf. 1Cel 84, 4-9).

 

E veio o dia da alegria… De muitos lugares foram chamados os irmãos. Homens e mulheres do lugar, coração em festa, prepararam como puderam tochas e archotes para iluminar a noite que tinha iluminado todos os dias e anos com sua brilhante estrela. Por fim, chegou o santo e, vendo tudo preparado, ficou satisfeito. Fizeram um presépio, trouxeram palha, um boi e um burro. Grécio tornou-se uma nova Belém, honrando a simplicidade, louvando a pobreza e recomendando a humildade. A noite ficou iluminada como o dia: era um encanto para os homens e para os animais. O povo foi chegando e se alegrou com o mistério renovado em uma alegria toda nova...” (1Cel 85,1-7).

 

O presépio, infelizmente, também se transformou em comércio, em atração turística, em objeto de competições. Que para nós, conhecedoras do espírito que o concebeu, seja fonte de renovação da vida, de transformação seja impulso para retomar cada dia, com renovado vigor, a vivência do seguimento de Jesus Cristo, segui-lo em sua “admirável humildade, em sua estupenda pobreza”.

 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini