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23 Novembro 2021
Ressignificando a Diaconia em perspectiva bíblica como “Irmãs do Povo”

 

“A nossa Diaconia se faz encarnação, suscita novo espírito e nova relação com todas as culturas, com toda a criação, buscando dignidade e paz pra todos os irmãos”.

Na tarde de sábado, 20 de novembro, fomos agraciadas com uma surpreendente Ciranda de Formação, verdadeiro e profundo sopro da Divina Ruah, que se manifestou através de duas sábias mulheres: Moema Miranda, da OFS e simpatizante do Carisma e Maria Soave Buscemi, assessora bíblica popular. Além delas, contamos com a presença amiga da ministra geral, irmã Ana Pereira de Macedo, e a condução segura, graciosa e elegante de nossa irmã Maria das Graças Pereira Gomes.

Fomos acolhidas pela ministra geral, com palavras iluminadoras e com o abraço sororal de toda a irmandade da coordenação geral. Lembrou da data que neste dia celebra Zumbi dos Palmares e, ao som de tambores que ressoavam ritmados, convidou-nos a uma profunda conexão com a alma do povo negro e a deixar o coração se conectar com o toque da vida dos povos de África: sons de alegria e resistência, toques de sofrimento e belas conquistas! Em seguida, dirigiu saudação especial para as irmãs e formandas de cor negra.

Lembrou toda a Congregação conectada num mesmo pulsar e, neste momento especial da Assembleia Eclesial Latino-Americana e Caribenha, nosso coração Latino-Americano pulsa forte, e a esperança renasce com a dinâmica da escuta sinodal.

Convocou-nos ainda a caminhar juntas, a dar as mãos para concretizar a Linha Inspiradora 3 desse sexênio: “Ressignificar nossa presença e diaconia, priorizar espaços e áreas de missão e atuar em redes e parcerias com grupos afins”.

A irmandade de Dourados/MS e a comunidade Guarani-Kaiowá, nos fortaleceram com um momento especial de comunhão com o Grande Mistério que nos envolve e nos impulsiona para as periferias do mundo. Com o povo Guarani-Kaiowá, contemplamos a Diaconia que se faz encarnação e pulsa na irmandade, tecendo danças, sonhos e ritmos numa mesma ciranda. Gratidão às irmãs Nilza, Fabiula e Andréa!

A reflexão das duas assessoras foi muito oportuna e enriquecedora. Nossa amiga e irmã Soave recordou as tantas partilhas de vida e conhecimento que viveu em nossa companhia ao longo dos anos que morou no Brasil. Foi muito feliz ao aprofundar o sentido do “Ressignificar”, recordando o tempo dos inícios da congregação em que as irmãs teciam usando novelos de linha, depois desfaziam e novamente viviam a capacidade criativa de tecer algo diferente, criar algo novo, com fios já usados. Inventar, sonhar e criar... tecer novo tecido com os mesmos fios. O que isto tem a ver com nossa diaconia?

Resgatou a figura de Mirian, a primeira mulher da tribo de Levi, a única tribo que não recebeu terra por herança. Uma tribo errante, itinerante e mendicante que foi construindo sua história de resistência, lutas e conquistas.  Essa tribo foi a cuidadora da décima terceira tribo, que foi esquecida, violada, que era a tribo de Diná, 13o filha de Judá. Ser “Irmãs do Povo”, é identificar-nos com esta 13ª tribo e, com o tamborim de Mirian, esperançar e abrir caminhos novos com esse povo.

Para entender a raiz da nossa diaconia, necessitamos olhar para Mirian que, apesar de ser discriminada e pobre, denuncia o clericalismo presente no Templo, quando ouve certos líderes dizer que Deus falava somente a eles, Mirian intervém: “Como? Deus falava para todos nós e, como, agora, Deus só fala para vocês”?

No segundo Testamento, outra Maria, a Madalena, que acompanhou Jesus desde a Galileia até a cruz, e o encontrou vivo no jardim da ressurreição, é a 13ª Apóstola, a mulher que o amou com todo o seu ser, “a outra metade de Jesus”. Ser Irmã do povo, irmanadas com Maria Madalena, é fazer-se presença de ressurreição, no coração dos feridos e feridas de morte da 13ª Tribo.

Moema, graciosamente iluminada, expressou sua alegria pela força da sororidade, destacou a figura de Amábile, Maria e Liduína como Irmãs do Povo. Recordou-nos que a congregação deu ao povo do início do século passado, em Rodeio/SC, a possibilidade de ter “as suas Irmãs”, porque até então as religiosas vinham da burguesia, das famílias ricas e se consagravam para ajudar aos pobres. Então: “ser Irmãs do Povo faz parte do nosso DNA”, o que não significa que não exige sempre novo empenho e conversão.

Moema destacou, ainda, com muita sabedoria, que nossa diaconia não é a de exercer caridade, numa atitude que vem de cima para baixo. Nossa diaconia nasce entre as famílias imigrantes, gente pobre, vinda de lugares pobres para um lugar também pobre, em Santa Catarina. Isto confirma nosso lugar e nossa opção fundante: estar junto às periferias da 13ª tribo. Estar no meio do povo, ajudando a tecer caminhos novos e a construir uma Igreja do povo, uma igreja dos pobres.

Moema resgatou nossa identidade de mulheres (catequistas franciscanas), que possibilitaram àquele povo, uma educação da fé e para a cidadania, com o complemento do fio francisclariano, que nos fez entender desde cedo que somos irmãs de todas as criaturas, irmãs do sol, do vento, da lua das estrelas e que eles e elas também são nossos irmãos, nossas irmãs, numa comunhão e irmandade cósmica!

Pediu-nos que, ao bater do tambor, peçamos a Deus que proteja e abençoe a sororidade e a fraternidade, fonte sagrada da convivência.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Eunice Berri e Maria Aroní Rauen

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