“... anúncio jubiloso

e frisante do Evangelho...”

(Papa Francisco)

Em resposta ao dom do Carisma recebido e, diante do exemplo jovial de Amábile, Maria e Liduína, hoje, Irmãs e Simpatizantes, num caminho de contínuo aprendizado mútuo, são interpelados/as a ‘seguir e anunciar Jesus Cristo, na disponibilidade, simplicidade e alegria’!  Simplicidade, alegria e disponibilidade são características do Carisma Francisclariano que se expressam na maneira de viver, alcançando concretude na convivência e no serviço ao Reino de Deus no meio do povo, por meio de diaconias inovadoras que o Espirito dos começos continua suscitando e, que congregações e grupos vão acolhendo.

A missão realizada pela presença, segundo Francisco, vem em primeiro lugar, como testemunho não narrado do Seguimento de Jesus Cristo: “Arde e ilumina! ”, “Vós sois sal da terra e luz do mundo! ”

Num tempo diferente, novos rebentos, novos passos - No processo de constante escuta e releitura do Carisma acompanha-nos, ao longo dos anos, a mesma graça do ‘Espírito dos começos’: “Deste a eles e a elas, uma coluna de fogo para guia-los e guia-las num caminho desconhecido” (Sb 18,3)! Hoje, reverenciamos esta epifania de luz que continua sinalizando o caminho de encarnação do Carisma!

Caminhando atentas ao ritmo da Divina Sabedoria, seremos capazes de uma alegre disponibilidade para tecer e retecer a inspiração inicial, nos diferentes tempos e situações. Fazer arder a chama que nos alcançou e que continua a nos atrair, num constante ajustar de lentes, seremos capazes de reconfigurar nossos passos como resposta de fidelidade criativa, à graça do Carisma.

O grande risco no momento atual, talvez seja o de aprisionar e fragmentar a vida, as pequenas e grandes alegrias do cotidiano, por conta das inúmeras formas de consumismo. Elas podem nos confundir, deixar o sal com menos sabor e a luz enfraquecida.

Francisco de Assis recomenda: “Os irmãos e as irmãs sejam suaves, pacíficos e modestos, mansos e humildes; mostrem-se alegres no Senhor, joviais e convenientemente graciosos (RnB 7,16).

Parece evidente que a experiência da alegria, da disponibilidade nos reenvia para o interior da vida de modo mais sensível e real, tornando-nos mais atentas para escutar, tocar o imperceptível e perceber os gestos simples que brotam nos espaços pequenos e nas encruzilhadas dos caminhos.

A partir desta condição de simplicidade e das encruzilhadas dos caminhos que não contam para as estatísticas, podemos ter novamente a surpresa de construir e encontrar respostas surpreendentes, reveladoras de disponibilidade e de alegria; respostas que enchem a casa do banquete da vida, preenchendo os vazios da messe, como quando ‘faltavam professores! ’

No início, a caminhada do Carisma aconteceu por caminhos humildes que poucas pessoas se dispunham a percorrer! Hoje, é a nossa vez de nos aproximar mais e mais deles, escutar a sarça que arde na realidade, e abraçá-los com alegria!

“... eram na comunidade, presença que irradiava simplicidade e alegria!”- Sim, ainda hoje, na vivência do Carisma da Congregação nos move o exemplo de serenidade, disponibilidade e alegria testemunhado pelas primeiras Irmãs. Segundo escreve Irmã Ede Maria Valandro, no livro: “Um chamado se faz caminho”, “duas a duas, sem dinheiro, levando na sacola o estritamente necessário, confiantes no sustento que a mãe terra cultivada produzia, ou naquilo que o povo lhes dava, as Irmãs moravam muito humildemente no meio do povo. Tudo o que eram e tudo o que tinham estava a serviço do povo”.

As Irmãs, continua Irmã Ede, estabeleciam-se nos diferentes povoados sem pretensão alguma. Eram filhas de colonos, famílias pobres e simples... Com o ideal a lhes arder no peito, eram no meio do povo das comunidades do interior, presença que irradiava, bondade, simplicidade, alegria!

“... porque há uma palavra que sempre repercute...” - Aquidabã, São Virgílio, Diamantina, Diamante e Rio Morto; Santa Maria, Picadão, Rio do Oeste e Aterrado Torto, Laurentino, entre tantas outras foram comunidades fecundadas pelo ecoar do testemunho jubiloso das primeiras horas do Carisma.

Ainda, hoje, ao visitar estes humildes e sagrados caminhos, Irmãs e Simpatizantes podemos recolher tantos fragmentos sagrados para colocar no cesto da missão e encontrar inspiração para vivenciar o Carisma da Congregação. ‘Nos confins’ como outrora, continua a ressoar aquela pressa que pede para sair com alegria, em caminhada de grandes e pequenos passos ao encontro dos pequeninos. Esta disponibilidade torna fecunda a nossa fé.

“Onde chegavam tornavam-se discretas testemunhas do Reino!” - Viviam alegres, de modo simples com o mínimo de bens. O trabalho realizado com responsabilidade, as alegrias comuns do dia eram suficientes para satisfazer o desejo de felicidade, narra a história da missão dos primeiros tempos.

Recordando uma feliz palavra do Papa Francisco por ocasião do Ano da Vida Consagrada, podemos dizer que as primeiras missionárias da Congregação, tornaram-se anunciadoras do "anúncio jubiloso e frisante do Evangelho."  Como pobres e humildes filhas de São Francisco, acompanhadas por Deus, tanto mais quanto se dedicavam à missão de anunciar o Evangelho, com toda a modéstia e confiança em Deus, as primeiras Irmãs procuravam testemunhar o Reino (Livro da Crônica).

Hoje, enquanto nossos pés pisam caminhos empoeirados, cheios de lama e arriscados, ou enquanto a fragilidade nos visita, algo brota em nós e comunica esperança às pessoas! Por isso, nos dispomos a seguir em frente, e renovar com alegria a entrega da vida.

Com certeza, esta disponibilidade é uma fagulha alegre da primeira chama - antiga e sempre nova da graça do Carisma, que arde em nós Irmãs e Simpatizantes: faísca do Carisma que na simplicidade e alegria, arde e ilumina!