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Postado por  Prov. Sta Teresa do Menino Jesus 01 Agosto 2019

“O amargo transformado em doçura: Aprendendo dos últimos” 

Os Amigos do Carisma de Rondonópolis – MT realizaram mais um encontro no dia 30 de julho, para aprofundar sobre a espiritualidade francisclariana. Após a acolhida e apresentação dos participantes, fez-se uma oração de súplica ao nosso Deus misericordioso para que olhe pelo nosso país, nos aponte caminhos e nos dê coragem para tomar iniciativas, a fim de reverter a difícil situação sócio-política-econômica que estamos vivendo.

A seguir, Irmã Anita David, procurou integrar as pessoas que estavam participando pela primeira vez, fazendo uma memória da caminhada do grupo nos dois últimos anos: A temática central foi sobre o cuidado da nossa Casa Comum, desdobrada nos seguintes assuntos: Campanha da Fraternidade sobre biomas, Dinâmica evolutiva de Teilhard de Chardin, e a encíclica Laudato Si. O grupo vai realizando a prática através da participação nas Romarias do Cerrado, Escola de Formação Política, mobilizações em defesa da água, contra os agrotóxicos e articulação da CSA-Brasil: Comunidade que Sustenta a Agricultura. Além disso, cada participante está engajado em pastorais da sua comunidade, movimentos sociais ou outras iniciativas.

Neste ano de 2019, iniciamos uma nova série de reflexões sobre a espiritualidade francisclariana. Para melhor fundamentá-la partimos do conhecimento da vida de São Francisco de Assis e agora estamos em processo de reflexão sobre os cinco valores Franciscanos Fundamentais, baseados no testamento de São Francisco de Assis, de autoria de Frei Aldir Crocoli – OFMCap. Nesse encontro refletimos sobre o primeiro valor. “O amargo transformado em doçura: aprendendo dos últimos” – Francisco, o jovem festeiro, ídolo da juventude e sonhador de honras e glórias, passou por vários acontecimentos que o colocaram num processo de mudança dos valores referenciais de sua vida: a prisão em Perúgia, a experiência de mendigo em Roma, o retorno frustrado da participação na cruzada, a voz do crucifixo de São Damião, "vá, Francisco, e restaure a Minha Casa!", a exigência de seu pai, diante do bispo, de que lhe devolvesse tudo quanto dele recebera e como resposta, o despojamento total até de seus trajes, confessando: “doravante não terei outro pai, senão o Pai Celeste”.

No entanto, segundo seu Testamento, o fato decisivo que completou a total reviravolta em sua vida, foi o beijo do leproso. O que era antes inadmissível tornou-se uma experiência prazerosa. A partir de várias aproximações, passou a conviver com os leprosos para servi-los e   permaneceu junto a eles o tempo suficiente para refazer seu esquema mental. E, pouco depois, como ele mesmo confessa: “abandonei o mundo”, isto é, deixou o sistema de Assis, para assumir outra forma de vida que mais tarde ele iria denominar “FRATERNIDADE”.

Poderíamos então nos perguntar: qual seria o valor franciscano presente neste primeiro ítem do Testamento? - É a capacidade de criar relações Fraternas e Solidárias (misericordiosas), isto é, de incluir nas relações de apreço aqueles que não contam absolutamente nada na sociedade. A história relata que nos primeiros tempos, os candidatos que desejavam seguir Francisco, eram enviados junto aos leprosários para morar com eles e servi-los por uma temporada, como porta de entrada para o modo franciscano de viver e para adquirir referenciais diferentes que o mundo é incapaz de ver (cf Jo 17,14).Por isso, o caminho franciscano é criação de outro sistema alternativo de vida, com outras bases, presente naqueles que estão de fora do sistema. Isso não se consegue apenas com teorias, mas através de relações com os excluídos, partilhando sua condição de miséria com todas as consequências. É mister descer ao encontro dos pobres, fazer-se “próximo” (Lc 10,36), abraçá- los de fato, partilhar sua condição de vida. Jesus reconhece ter feito a mesma experiência, quando diz: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”. (Mt 11,25).

Hoje temos o exemplo profético do nosso Papa Francisco, que acolhe os moradores de rua, oferecendo-lhes no Vaticano, local para higiene pessoal, higiene de suas roupas, alimentação e atendimento a outras necessidades para restituir-lhes a dignidade humana. Para que o mundo todo assuma a sua causa, o papa instituiu o Dia Mundial dos Pobres. Ao celebrar seus três anos de pontificado, o Papa Francisco ofereceu e almoçou com 1.500 pobres. Entre outras atitudes e tomadas de posição, acompanhamos os frequentes pronunciamentos do Papa Francisco em defesa dos imigrantes que fogem da guerra, procurando abrigo em outros países.

Enquanto estes tópicos essenciais eram apresentados, o grupo ia partilhando suas reflexões e experiências concretas junto aos irmãos excluídos de nossa sociedade. Explícita ou implicitamente o grupo expressava também suas motivações para intensificar, pessoalmente e se somar em iniciativas pela defesa da vida do nosso planeta e dos mais sofridos e abandonados de nossa sociedade.

E nós, como estamos recriando o nosso carisma francisclariano em nossas irmandades? Estamos atendendo ou indo ao encontro das situações mais gritantes nos locais de nossa missão?

 

Rondonópolis, 31 de julho de 2019

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Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
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