Nasci em Rio dos Cedros – SC, no dia 10 de março, com a graça de Deus e de meus pais.
Meus pais tinham uma fé muito profunda. Todas as noites se rezava o terço e no final um Pai Nosso pelas vocações sacerdotais e religiosas.
Aos domingos se participava da Celebração da Palavra ou da Eucaristia. As crianças participavam também da catequese.
Minhas professoras do primário foram as irmãs. Sempre tive muita admiração por elas. Eram queridas, e amáveis. Isso me levou a ter o desejo de ser Irmã Catequista Franciscana.
A graça de Deus, a vivência da fé e o apoio de minha família foram muito importante na minha decisão vocacional.
No dia 24 de janeiro de 1945 chegou o grande dia de ir para o colégio. Fomos eu e mais uma colega, numa carroça puxada por cavalos. Era o único meio de transporte na época. Quando chegamos em Rio dos Cedros, no colégio, fomos recebidas com muita alegria pelas irmãs e aspirantes. Começou uma vida nova: tinha horários para rezar, trabalhar, estudar, tomar as refeições e tempo de lazer.
Fiquei dois anos em Rio dos Cedros, depois fui para Rodeio onde continuei os estudos como juvenista. Mais tarde fiquei postulante. Depois fiz um ano de noviciado.
No dia 25 de dezembro de 1951, como muita alegria e num clima de festa fiz meus primeiros votos de Irmã Catequista Franciscana. Minha mãe e meus familiares ficaram muito felizes.
Em janeiro de 1952 parti para a minha primeira experiência missionária no Rio Grande do Sul. Nós irmãs fomos muito bem recebidas pelo povo e pelo pároco.
Na escola lecionei para a segunda série. Trabalhei na catequese e na formação de lideranças.
Depois de alguns anos voltei para Santa Catarina, onde trabalhei no jardim de infância em três municípios. Foi muito gratificante e emocionante trabalhar com os pequeninos inocentes. Ao mesmo tempo lecionei ensino religioso nas escolas.
Dando continuidade, fui solicitada para dar catequese na Paróquia de Blumenau/SC, no centro da cidade e nas comunidades vizinhas da paróquia. Foi um trabalho que fiz com muita alegria e disponibilidade.
Mais tarde fui transferida para Belchior Alto. Lá trabalhei como professora e diretora da Escola Básica “Frei Policarpo”. Uma realidade bem diversificada. Dava catequese, orientava as catequistas e trabalhava na formação de lideranças e visitava as famílias. O povo era muito acolhedor. Os alunos e professores eram muito esforçados e responsáveis.
Quando fui aposentada em 1982, diante da necessidade da província, fui solicitada para vir para Rondônia. Iniciei em Cerejeiras como professora de ensino religioso, orientação na catequese e liturgia. Fomos muito bem acolhidas pelo padre e pelo povo.
Em seguida fui para Ariquemes, onde ia com o padre nas comunidades do interior. Orientava o povo na preparação da liturgia, catequese e formação de lideranças.
Chegou o chamado para ir para Assis Brasil/Acre, divisa com o Peru e Bolívia. Novamente fomos bem acolhidas pelas lideranças. Um município pobre e sem estradas. Para atender as comunidades do interior da paróquia se ia a pé ou montada num cavalo. Era sofrido, mas sentia-se uma alegria muito grande em ver a alegria do povo quando a irmã chegava na comunidade. Eles partilhavam o que tinham. Quando o povo vinha para a cidade eles vinham visitar as irmãs.
Deixei Assis Brasil e fui para Seringueiras/RO. Lá trabalhei na formação de lideranças, catequese, liturgia, na pastoral da saúde alternativa, onde me senti bem realizada ao ver as como as pessoas se sentiam felizes ao ficarem curadas das doenças. Tinha uma equipe que trabalhava na pastoral da saúde, eram agentes muito competentes e responsáveis. Em Porto Velho trabalhei como líder da pastoral da criança, pastoral da saúde, formação de lideranças nas comunidades e visita às famílias. Foi um trabalho enriquecedor, pois via-se o surgimento de novas lideranças.
Desde 2001 estou em Humaitá/AM. Fui para atender as comunidades ribeirinhas com as Irmãs do Apostolado Paroquial. Nosso trabalho era animação e formação de lideranças liturgia, catequese, celebração da Palavra de Deus, visita às famílias e pastoral da saúde. Agora estou participando da pastoral da terceira idade, legião de Maria e visita às famílias.
Estou com 81 anos e faço tudo com amor, alegria e disponibilidade, agradecendo diariamente o chamando à Vida Religiosa Consagrada e aos inúmeros benefícios que recebo diariamente.
Irmã Cecília Venturi - PAMA
Comentários
Abraço-a com carinho.
É uma presença animadora e nos seus 81 anos, nos ajuda na formação das jovens formandas com carinho e compromisso.
Abraço Ir Najila