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11 Junho 2022
Somos Gerúndio Feito Corpo

"Nossa vida é gerúndio, é movimento descobrindo caminhos, sendo e estando mulheres".

Este título sintetiza o encontro que realizamos, no dia 21 de maio, o grupo de Formação Mistagógica. Deste grupo participam basicamente Irmãs que de alguma forma têm uma ligação mais direta com a Formação na Congregação. Neste dia, o enfoque do tema foi nosso corpo.

Foi o primeiro deste ano e foi parecido a estes capítulos de novela que você não quer perder por nada deste mundo. Um encontro atrativo, envolvente, reflexivo, emocionante, comprometedor.  Sempre nos acompanham Ana Pereira de Macedo e Marlene Chiudini e outras que ficam atentas detrás das câmeras, para garantir que nos vejamos e ouçamos desde África, Paraguai, Guatemala, República Dominicana, Brasil de canto a canto e a quem agradecemos o serviço eficiente e sororal. E contamos com a sempre preciosa assessoria amorosa, atenta, irmã, competente e aberta de Maria Soave e Moema Miranda.

Nos inspirou muito a música “Alma”, de Zélia Duncan, cantada por ela e Ana Carolina, onde se repete como um mantra: “Deixa eu tocar sua alma com a superfície da palma da minha mão”.

Alma se toca, ela é tecida de corpo.  Conflitos se pacificam quando nos deixamos tocar. É uma “ginemistagogia”, o caminho como as mulheres entram no mistério. Caminho que deve ser descoberto. Nossa vida é gerúndio, é movimento descobrindo caminhos, sendo e estando mulheres. Respirar mistério pela inteligência do amor, que é um jeito de olhar o mundo a partir do amor; um jeito não exclusivo, mas essencialmente da mulher. É uma inteligência kenótica, que não tem medo de ficar nua, de mostrar a alma.

Temos que fazer um caminho revolucionário com as palavras. Não podemos permitir que a palavra “não se deixe tocar” ditada pelo machismo, patriarcalismo, clericalismo, siga comandando nossa vida. Devemos exercitar-nos na prática revolucionária de dizer não.  Permitir que as irmãs, a vida nos toquem. Nós mesmas devemos nos contemplar, tocar nossa alma e deixar ver nossa alma, minha alma, me deixar tocar. Isso não depende só de mim. Depende das irmãs, da sororidade.

A pandemia nos afastou, mas sempre é tempo de voltar a nos abraçar, cheirar, conspirar isto é, respirar o mesmo respiro. Descobrir juntas o poder de nosso corpo, feito para acolher, de nosso sangue que carrega fecundidade, força, “exuzia” - autoridade. Não só o corpo individual, mas o corpo em relação. O próprio sangue menstrual é fecundo. É o único que não é fruto de violência.

Vivemos um retrocesso dos espaços de partilha, de construção coletiva, de confiança sobre a possibilidade de construir o mundo melhor, de secura geral do mundo. O que foi fechando o caminho? O que foi produzindo esta angústia vivencial que parecemos viver? Parece que estamos num cansaço imenso de violência, de perda de sentido social, de não encontrar acolhida.

Como fazer o caminho de reencontrar estes elos, acolher as mulheres que foram silenciadas por violência de múltiplas formas. Essa violência que nos faz introjetar o problema como nosso.

Cuidar das outras é fácil, difícil é acolher nossas fragilidades. Como fazer de nossas irmandades espaços de partilhas de nossas alegrias, nossas dores, nosso corpo, nossas angústia, nossa aflição, nosso prazer, do nosso desejo de bem viver? Como fazemos de nossas fraternidades/irmandades/sororidades um espaço de fazer-se mulher, transitando juntas neste caminho?

O patriarcado não é uma realidade que acontece lá fora, é algo que vivenciamos aqui dentro da Congregação, da irmandade. Como vamos fazer de nossa irmandade/fraternidade/sororidade um espaço de partilha, de amorosidade? Como abrir caminho de construção da sororidade?

Numa partilha em grupo partilhamos como fazemos, neste caminho de formação ginemistagógica, a partilha em primeira pessoa, do nosso próprio corpo, dos nossos desejos, de nossa alegria, de nossa tristeza, de nossa angústia? Partilhamos sobre o que despertou em nós a música, o contemplar o rosto de cada uma, as reflexões que ouvimos e fizemos.

O encontro nos ocupou durante três horas que voaram e nos desafiaram a libertar-nos do colonialismo e patriarcado e, a usar a inteligência do amor com este corpo e alma entretecidos numa cultura e assim, avançar descobrindo maneiras de gerar vida.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini

Comentários  

#1 Luzenir Santos Batista 21-06-2022 01:03
Olá minhas queridas Irmãs.
Além de gratidão por tudo o que representam para mim, eu quero dizer : aonde quer que eu vá sempre levarei vcs em meu coração. O amor nas vossas palavras são luzes, que recebo de vcs e me inspiram na luta pela vida. Obrigada. Paz e Bem.

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