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Postado por  Prov. Sta Teresa do Menino Jesus 25 Setembro 2019

 

Que planeta Terra queremos deixar para as gerações futuras?

Mergulhadas numa atmosfera acinzentada pela fumaça das queimadas em toda região Amazônica, numa temperatura de 40 graus e num clima extremamente seco, pelos cinco meses sem chuva em que quase toda vegetação está seca a suplicar por água para reviver, coincidentemente realizamos um encontro sobre Espiritualidade Ecológica.

Nosso encontro foi nos dias 21 e 22 de setembro de 2019, em Rondonópolis, na sede provincial, com a participação de três leigas e nove irmãs e duas postulantes, assessorado pela Irmã Anita David.

A linha da espiritualidade ecológica foi fundamentada na Teoria Evolutiva de Teilhard de Chardin, interpretada e enriquecida por Cientistas, Leonardo Boff, Urbano Zilles e outros teólogos.

Relataremos em grandes linhas, o que estudamos, refletimos e contemplamos em dois dias, através de textos acompanhados de belas imagens em PowerPoint:

Uma das fundamentações teológicas de Teilhard encontra-se em Col. 1, 15-17 “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra [...]; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas, e Nele tudo subsiste”.

A partir do Alfa (princípio), uma força, a partir de dentro da matéria, veio orientando a evolução para atingir qualidades cada vez mais complexas, em direção a um ponto de convergência: o Ponto ÔMEGA (fim). A força que dinamiza o processo evolutivo é a energia radial (espiritual) que atua no “dentro” conduzindo o processo para uma complexificação cada vez maior, e a energia tangencial (matéria) vai multiplicando o que a evolução já atingiu. Faz-se também presente na evolução, o que Teilhard denomina a grande Lei de Complexidade e de Consciência: a medida em que os seres vão se complexificando, vão também caminhando para maior consciência.

Segundo os cientistas, há 13,3 bilhões de anos ocorreu uma explosão muito potente, a famosa Big Bang. Essa explosão teria dado origem à matéria de todo o universo. Eis a COSMOGÊNESE!

Após 3,5 bilhões de anos, fervilham nas águas seres minúsculos, as bactérias e algas unicelulares que se multiplicaram quase instantaneamente O caminho segue para a BIOGÊNESE, através do átomo, da molécula e da célula num processo de sempre maior complexificação. O ponto de transição, o salto evolutivo é a vitalização da matéria, ou seja, a biogênese, o surgimento da VIDA.

- há 400 milhões de anos, algumas espécies de plantas marinhas desenvolveram a capacidade de se adaptar fora do ambiente aquático, dando origem às primeiras plantas terrestres;

- há 350 milhões de anos, apareceram os anfíbios com vida na água quando pequenos e vida na terra quando adultos;

- Entre 250 a 70 milhões de anos atrás, a terra ficou povoada por grandes répteis, como os dinossauros, que foram depois extintos há 70 milhões de anos;

- há 150 milhões de anos, surgiram as aves derivando dos dinossauros e sofrendo muitas modificações.

- há cerca de 65 milhões de anos o rumo da evolução abriu caminho para a multiplicação da classe mais evoluída dos vertebrados, os mamíferos;

A transição da biosfera para a noosfera é a ANTROPOGÊNESE. É a passagem progressiva da vida animal não reflexiva para a vida reflexiva do ser humano.

- há 2,8 milhões de anos foram encontrados na Etiópia (2013) os restos mais antigos do gênero homo, ao qual pertence o homo sapiens, nossa espécie.

- há 300.000 anos o homo sapiens apareceu na África e teria saído pela primeira vez desse continente há 200.000 anos.

- a presença do ser humano na América data de 130.000 anos.

- Entre 8.000 a 5.000 anos vai surgindo a civilização.

A evolução marcha para o Ponto Ômega, foco de convergência de todo o processo evolutivo, desde a Cosmogênese, à Biogênese, à Antropogênese, à Noogênese e dirige-se para a CRISTOGÊNESE. No polo Ômega a humanidade se aperfeiçoará na superpessoa de Cristo. A pessoa de Cristo recebe e assimila a si toda a humanidade e com ela todo o cosmo. Até que “Cristo seja tudo em todos” (Col 3,11 b ; Ef. 1, 3-14).

Após esta reflexão de um dia inteiro, fizemos uma celebração conclusiva com um tempo de contemplação, mergulhadas na natureza sofrida pela seca, no quintal da sede provincial.

Refletimos depois sobre um texto muito profundo de Leonardo Boff : “Eucaristia – Uma grande Comunhão Cósmica” e um texto de Irmã Helena Rech – “Espiritualidade Ecológica”

A partir desta visão aqui apresentada em síntese, consideramos:

- A bíblia não quis explicar cientificamente a criação do mundo, mas quis nos dizer que o nosso Deus é o Criador de tudo, e que tudo “é muito bom”!

- Nós e todos os seres vivos evoluímos da mesma matéria. Formamos uma grande unidade cósmica; “tudo está interligado nesta Casa Comum”. Daí a importância de nos mantermos em comunhão conosco mesmas, com os/as irmãos/as e com toda a comunidade de vida.

- É importante cultivarmos uma cosmovisão global, relativizável e dinâmica da vida.

- As diversas formas de vida surgiram depois de tantos bilhões de anos, e um sistema econômico de apenas algumas centenas de anos está destruindo a vida. As consequências estão evidentes: efeito estufa, destruição da camada de ozônio, sobrecarga da Terra, queimadas, agrotóxicos, lixos, desmatamento, fenômenos climáticos, poluição das águas, extinção de espécies da flora e da fauna ...

- Perguntamo-nos: como estamos cuidando e preservando esta vida preciosa em nós e em nossa Casa Comum?

- Que novas atitudes de cuidado e irmandade para com todas as formas de vida assumiremos agora?

Segundo as participantes, o encontro proporcionou um aprofundamento na oração, contemplação e vivência em harmonia com todos os seres; sentir a grandiosidade do amor trinitário que nos irmana; a importância de nos mantermos conectadas com o nosso sacrário interior pela auto-consciência e contemplação; sentir a unidade com o Criador que está nós; precisamos cultivar a comunhão com a criação para irradiar novas energias, para adquirir forças, amor, paz e gratuidade. Louvemos a Deus pelo bom encontro que tivemos!

Comentários  

#1 Alice Antunes 25-09-2019 23:35
Irmãs que lindo o artigo, a importância do cuidado com a casa comum, a vida que nos rodeia e principalmente a beleza da criação deixada pelo Criador por nossa responsabilidad e o cuidado e a preservação. Mantemos nossas mãos unidas em defesa da casa comum. Meu Abraço fraterno a cada uma.

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